quinta-feira, 29 de abril de 2010

Prepare o laquê porque vamos falar de Hairspray

Na foto: Seaweed, Penny, Tracy e Link / Foto retirada do site da peça
Por Carina Diniz

Depois de 3 anos da refilmagem do Musical Hairspray para as telas de cinema, Miguel Falabella trouxe o espetáculo para o teatro brasileiro. Agora não mais John Travolta, Michelle Pfeiffer, Zac Efron, Nicole Blonsky, Christopher Walken, Brittany Snow, James Marsden, Queen Latifah... e sim Edson Celulari, Arlete Salles, Jonatas Faro, Simone Gutierrez, Edgar Bustamante, Danielle Winits, Frederico Reuter e Graça Cunha (respectivamente).

Tive a oportunidade de assistir tanto ao filme quanto a peça e, sem dúvida, mais uma vez, pude comprovar o quanto o “ao vivo” faz toda diferença. A orquestra é um dos pontos fortes – além do elenco, cenário e história – em virtude da emoção que nos causa. O gênero musical empolga. São 31 atores, cantores e bailarinos, 100 perucas, mais de 350 figurinos e 40 trocas de cenário, 350 mudanças de luzes e efeitos especiais. O musical se passa nos anos 60, nos EUA. Uma década de grandes transformações sociais e culturais, como movimentos civis a favor dos negros e homossexuais, o crescimento do rock, cinema e teatro de vanguarda. Hairspray traz reflexões sobre o preconceito, especificamente com “as gordinhas” e entre negros e brancos. E por isso, as peças teatrais ainda podem ensinar muito, assim como os jesuítas catequizaram os índios por meio do teatro. Não com o mesmo objetivo, claro! Mas, utilizando da mesma ferramenta: a imagem representativa, o poder de trazer reflexão com diversão.
Foto de Paula Kossatz do site da Veja São Paulo
Os aplausos a Edson Celulari no final do espetáculo revelaram o reconhecimento da sua maravilhosa atuação - clique aqui para ver a transformação dele, mas saiba que ao vivo é bem melhor. Sem nenhuma explicação Arlete Sales, nem Daniele Winits estavam na apresentação que fui. O que me deixou um pouco decepcionada. Ao final, Celulari deu destaque apenas para o patrocínio da Palmolive, no entanto a peça também tem o Teatro Bradesco, Cielo e Porto Seguro como patrocinadores. Além da direção de Miguel Falabella, o musical da Broadway conta com a produção de Sandro Chaim. Hairspray está em cartaz no Teatro Bradesco (Rua Turiaçu, 2100, Bourbon Shopping - SP) desde 18 de fevereiro e permanecerá até 13 de junho de quintas às 21h, sextas às 21h30, sábados às 17h e às 21h30 e domingos às 18h.

Serviço completo
http://www.teatrobradesco.com.br/_programacao.php?id=94&atracao=Hairspray

Você sabia que o teatro no Brasil começou como um instrumento pedagógico usado pelos jesuítas para ensinar passagens bíblicas aos índios? A imagem representativa sem dúvida tinha um resultado mais eficaz do que um sermão.


Um pouco de história
Tudo começou em 1564, na Bahia, quando foi encenado o Auto de Santiago por missionários jesuítas. Mas, no século XVII, o Teatro dos Jesuítas iniciou seu declínio, visto que, até então, as peças precisavam de festas religiosas para serem apresentadas e a catequização já estava no seu fim. Em meados de 1641 a comédia entrou em cena com a finalidade de distrair a comunidade. E, foi na segunda metade do século XVIII que as peças passaram a ser realizadas com mais freqüência. A vinda da família real para o Brasil, em 1808, também foi um marco importante para o teatro, pois ganhou investimentos que o fizeram realmente crescer. Mesmo assim, desde o seu surgimento, o teatro passou por dificuldades para se manter. Hoje, existem peças dos mais diversos gêneros e para as mais diversas finalidades, mas será que fazer teatro ainda é um desafio financeiro? Para os grandes nomes, nem tanto...

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