sexta-feira, 21 de maio de 2010

"Brancos e pretos, sem que nunca houvesse possíveis tons de cinza"

Por Carina Diniz
Queria ler um livro que não fosse desses muito famosos e conhecidos pela população em geral, mas que tivesse um enredo que despertasse interessante e fosse atrativo. Depois de algumas buscas na internet, encontrei o livro Desengano, do escritor e mestre em literatura brasileira Carlos Nascimento da Silva, publicado em 2006.

Li Desengano nos mesmos dias em que algumas amigas da faculdade estavam lendo. Todos os dias quando nos encontrávamos, compartilhávamos da mesma surpresa em relação à história e da mesma admiração pela maneira como o escritor escolhe as palavras enquanto descreve as cenas e nos conta a história.

O livro não é nada previsível! Quando você pensa que não é possível acontecer mais nada, pode ter certeza que virão surpresas nas próximas páginas. Ele é daqueles que você lê do começo ao fim. A história se torna ainda mais forte do que é por si só, em virtude do caráter minucioso da escrita do autor. Carlos Nascimento te faz entrar na cena enquanto vai detalhando tanto o campo físico quanto o emocional dos personagens. O que te faz conhecer tão bem o personagem quanto ele, o próprio criador dos personagens. As frases despertam admiração e também reflexão, como essa aqui: “Durante esse tempo sua expressão modificou-se, como uma atriz formando, na face, a expressão adequada à cena que se iniciava. Primeiro o rosto despiu da máscara social de representação quotidiana, da farsa de cada pessoa a cada dia, a cada hora, deixando, finalmente um rosto nu, despido de qualquer cobertura. E, nua, a carne abriu-se no que realmente era...” (este trecho está na Página 11). É importante ressaltar e avisar que a história não só é forte, como contem “cenas” recomendadas apenas para adultos.

Desengano, apesar de pouco conhecido, ganhou o prêmio Jabuti em 2007 na Categoria Romance. Em segundo lugar veio Vista Parcial da Noite, de Luiz Ruffato e em terceiro, Pelo Fundo da Agulha, de Antônio Torres. Jabuti foi criado em 1958 e é o mais tradicional prêmio de livro do Brasil. Segundo o site do prêmio, seu diferencial em relação a outros prêmios de literatura é a sua abrangência. São 21 categorias, entre elas estão: Contos e Crônicas, Poesia, Romance, Tradução de textos literários, Reportagem, Livros Infantis, Didáticos entre outros. O objetivo é destacar a qualidade do trabalho de todas as áreas envolvidas na criação e produção de um livro seja de qual escritor for.

Assista ao LivroClip
feito por mim, as duas amigas em que compartilhava sobre o livro, Flávia Costa e Marília Miarelli. Ariane Donegati, Larissa Viviani e Luiza Mendonça, estudantes de Jornalismo, também fizeram parte dessa produção.

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