segunda-feira, 22 de março de 2010

Um Sonho Possível


Por Ana Alkmim

Em um mundo em que as tragédias ocupam a maior parte dos noticiários, assistir a uma história como esta realmente faz com que olhemos a vida por uma outra faceta. Um sonho possível (The Blind Side, no original) é um filme baseado no livro The Blind Side, de Michael Lewis. É a história real de Michael Oher, um jovem negro que veio da periferia e é ajudado por uma família branca. Depois de ser acolhido pela família, Big Mike, apelido de Michael, entra para o time de futebol americano da escola. Michael ocupa a posição de lefttackle, na qual tem o objetivo de proteger o lado cego do quarterback.
À primeira vista, Leigh Anne, sua mãe adotiva, é quem adquire o papel de proteger e dar carinho a Big Mike. Porém, logo no início de sua relação com a nova família, Michael mostra seu lado protetor e carinhoso. O jovem jogador não protege apenas o lado cego (lado cego = the blind side) do quarterback, mas também o de sua família. E é esta relação que dá nome ao filme, esta mútua proteção do lado cego de quem se quer bem.
Tanto as atitudes de Michael como as de Leigh Anne dentro da relação de mãe e filho não são nada previsíveis. O menino da periferia, que poderia ser revoltado contra o mundo, tem um enorme instinto protetor. E a tradicional família de classe alta americana não mostra preconceito nem desdém por Michael. Pelo contrário, o tratam como se fosse um filho.
Por se tratar de uma história verídica, a direção de John Lee Hancock mostra uma enorme preocupação em preservar estes personagens da vida real. A mãe biológica de Michael, por exemplo, viciada em drogas e completamente conturbada, tem sua realidade amenizada pelo diretor. Assim como as cenas envolvendo drogas que não são exibidas, mas apenas lembradas ou contadas pelos personagens.


A atuação de Sandra Bullock é muito autêntica e precisa, não é a toa que ganhou o Oscar de melhor atriz neste ano. A sutileza com que assimilou as características da verdadeira Leigh Anne prende e emociona público. A atriz nos ajuda a acreditar que as pessoas ainda são capazes de modificar suas vidas para transformar a de outro ser humano.
Saí do filme com a sensação de que o sonho por um mundo mais justo e íntegro ainda é possível.

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