segunda-feira, 5 de julho de 2010

Doces Descobertas

Televisão no Brasil hoje, digam o que quiserem, ainda tem uma forte ligação com telenovela. Prova disso é a buca incessante das emissoras por realizarem bons trabalhos nessa área. Para isso, com certeza uma das necessidades é a presença de bons atores no elenco. Desta forma, coisa das que mais gosto é quando encontro novos e bons talentos. A novela Escrito nas Estrelas, que ultimamente aparece como uma das minhas queridinhas é um exemplo claro disso. Descobri um milhão de coisas gostosas na novelas, e dentre elas escolhi falar de dois atores que andam roubando a cena, um deles praticamente marinheiro de primeira viagem e novidade na televisão e o outro, um veterano consagrado.

Começo falando de Alexandre Nero, que já fez duas novelas da Globo mas ainda não alcançou o estrelato, apesar de estar quase lá. O moço começou em A Favorita em 2008, como o doce verdureiro apaixonado pela D. Catarina e logo depois embarcou em Paraíso, em 2010 no qual começou a ficar conhecido do público. Hoje, em Escrito nas Estrelas, o rapaz simplesmente dá um show de interpretação na pele de Gilmar, um vilão pra lá de convincente que é praticamente a chave de toda a trama.


O que me faz considerá-lo uma das grandes promessas da nossa teledramaturgia é essa sua capacidade camaleoa de fazer personagens completamente distintos, de maneiras distintas, sem cair no repetitivo. Alexandre está chegando à fama aos 40 anos, o que pode ser considerado tardio, mas também positivo, uma vez que a maturidade pode influenciar muito positivamente para a escolha de bons papéis. Tenho certeza que esse nome se tornará cada vez mais conhecido no Brasil, e cada vez mais valorizado. Futuro ele tem, sem dúvida nenhuma.


Outro caso que venho falar agora é de ninguém mais, ninguém menos que Humberto Martins. Falo, como uma daquelas que nunca se viu muito apaixonada pelo ator que vivia sem camisa nas telenovelas, fazendo o mesmo tipo. Foi assim em Uga Uga (2000) e em Kubanakan (2003), por exemplo. Nas telas desde Barriga de Aluguel (1990), Humberto é o registro oposto ao que falei de Alexandre Nero - é a forma clara de como um ator pode ser mau-aproveitado.



Talvez tomado pela falta de maturidade que falei anteriormente, o ator viveu anos dando vida à personagens idênticos e sem muita propriedade. Comecei a olhar de maneira diferente para ele no ano passado, enquanto fazia Caminho das Índias, como Ramiro Cadore. Bravo, fechado, complexo, ele já estava realmente diferente daquele descamisado que eu conhecia, mas foi nesta Escrito nas Estrelas como o médico Ricardo Aguillar e antes de mais nada, pai, que Humberto me convenceu totalmente. As cenas de amor ao filho perdido logo no início da novela arrancaram lágrimas dos mais durões. 20 anos depois de sua primeira aparição televiosionada, o ator finalmente convence. Palmas à essas doces descobertas da televisão brasileira.